terça-feira, 11 de outubro de 2011

EP no Bazar Maravilha da Rádio Inconfidência

Hoje, às 15:15 estarei na Rádio Inconfidência no programa Bazar Maravilha lançando meu EP. Você pode ouvir, ao vivo, por aqui Aproveita, e ouça o EP por aqui

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

EP César Lacerda

Estou lançando um EP com três canções gravadas ao vivo no estúdio. Herói Namorin' Don't Ox' Me Baixe aqui

quarta-feira, 13 de julho de 2011

"A Canção como Rainha"



O.H.: O que é a canção, César?

César: Talvez a canção seja tudo aquilo que nos conecte com a terra. Uma reconexão, um refluxo da informação que há entre o nosso trabalho diário de viver e maneira como processamos esta lógica.


Entrevista que dei ao blog "O Hélio". Aqui

sábado, 19 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Por um passado musicável: notícias numa fita



César Lacerda e Luiza Brina são mineiros e hoje vivem no Rio de Janeiro; Luiz Gabriel Lopes nasceu no Rio, mas hoje vive em Belo Horizonte, após recente e alongada passagem por Lisboa. Para além das contingências geográficas, os três decidiram aproveitar o encurtamento de distâncias através da internet para criar canções: durante alguns meses, reuniram-se semanalmente via skype para discutir e elaborar idéias musicais.
Do fascínio mútuo pelas obras um do outro e pelas absorções criativas geradas pelo contato virtual, surgiu o show Por um passado musicável: notícias numa fita, com aclamada estréia no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
De volta ao Rio de Janeiro, os três jovens artistas mineiros percorrem o cancioneiro autoral-virtual com formações pouco usuais. Todos tocam tudo; violões, vozes, guitarra, violoncello, percussão e flauta.


Serviço
Dias 23 e 24 de março às 19hs
Teatro Municipal Café Pequeno (Av. Ataulfo de Paiva, 269 - Leblon)
Preço: R$10| R$5
Telefone: (21) 2294.4480
Funcionamento da bilheteria: Quarta a Domingo, às 16h
Vendas pela internet: www.ticketronic.com.br

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Muitos orgasmos!



ouve aí ó

Xamorre

O pior está por vir se a gente não reagir.
E é por isso que eu não vou deixar morrer!
Água fria da enxurrada... Lá se foi a madrugada...
E é por isso que eu não vou deixar morrer!
Pra que tanta confusão
Pra que tanta?

(Tá bom pra beber tá bom!)

Pequena Morte - Xamorre by Pequena Morte

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Grite poesias que eu te amarei


Eustáquio Neves

Seis ou Treze Coisas que Aprendi Sozinho
Manoel de Barros

11.
Que a palavra parede não seja símbolo
de obstáculos à liberdade
nem de desejos reprimidos
nem de proibições na infância,
etc. (essas coisas que acham os
reveladores de arcanos mentais)
Não.
Parede que me seduz é de tijolo, adobe
preposto ao abdomen de uma casa.
Eu tenho um gosto rasteiro de
ir por reentrâncias
baixar em rachaduras de paredes
por frinchas, por gretas - com lascívia de hera.
Sobre o tijolo ser um lábio cego.
Tal um verme que iluminasse.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Jovens músicos ressuscitam o carnaval de Belo Horizonte, Fabiana Cozza via Yahoo! Colunistas

Jovens músicos ressuscitam o carnaval de Belo Horizonte, Fabiana Cozza via Yahoo! Colunistas: "

Compreendo os que se recolhem durante a festa e buscam o silêncio. Por outro lado, tendo em vista a cena musical da cidade – uma das mais efervescentes do país – e seu público acolhedor e exultante, fiquei meio “cabreira”. Onde estão os foliões?

"

Jovens músicos ressuscitam o carnaval de Belo Horizonte

por Fabiana Cozza

Há dois meses estive na querida Belo Horizonte. Lá, encontrei amigos como Bill Lucas, percussionista, idealizador do grupo Bantuquerê e a advogada na área cultural, Maria Carol. Perguntei a eles como era o carnaval em BH. Para meu desencanto e surpresa, ambos – foliões assumidos – responderam que a populosa capital torna-se um deserto, ideal para o descanso.

Fiquei bastante intrigada. Compreendo os que se recolhem durante a festa e buscam o silêncio. Por outro lado, tendo em vista a cena musical da cidade – uma das mais efervescentes do país – e seu público acolhedor e exultante, fiquei meio “cabreira”. Onde estão os foliões?

“Há um resgate da nossa história e tradição carnavalesca por parte de uma nova geração de instrumentistas da cidade”, conta Maria Carol que desfila há anos e já encarou a farra do “Mamá na Vaca”, “Tetê, a Santa”,

Exalta Rei” – com músicas de Roberto Carlos – o ZooBloco e o Rancho Flor do Sereno.

Pouco antes de escrever esta coluna, recebi um texto do músico mineiro Cesar Lacerda falando exatamente de Minas como um lugar de reinvenção da cultura popular, do reconhecimento e valorização de seu histórico musical e do surgimento de novas estéticas. Texto do qual assino embaixo tendo em vista minha vivência constante em shows e projetos de artistas locais. Compartilho o texto de Cesar com vocês, clique aqui.

Como ele mesmo cita, o carnaval mineiro é centenário, sobretudo nas cidades históricas onde figuram os blocos e a figura do Zé Pereira, atraindo foliões de todo o Brasil. Mas, para além disso, há uma geração de músicos trabalhando e resgatando o carnaval democrático das ruas, das marchinhas e blocos.

Grupos como o Bloco da Alcova já estão divulgando o “hino” deste ano na Internet. Neste vídeo, ensaiam a canção “Alcova Libertina” (veja aqui).

Confira a música toda aqui.

Foliões do Bloco do Peixoto (um dos mais tradicionais e ativos de BH), Bloco da Cidade, Bloco do Angu, Tetê, a Santa, Podia ser Pior, Mamá na Vaca entre outros, também se organizam para tirar a fantasia do baú e desfilar pelas ruas.
E assim a festa se alastra e devolve ao povo sua identidade e auto-estima cultural.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre a Outra Nova Cidade e a invenção da festa pelo carnaval; ou. Você já ouviu falar em Belo Horizonte?

leia no overmundo.


foto - Flávia Mafra

Sou um compositor de canções. Algo, em si, extraordinário.

Moro no Rio de Janeiro há quatro anos. Mas nasci no interior de Minas Gerais, no seu norte, Diamantina, e vivi minha adolescência, por oito anos, em Belo Horizonte. Assisto (e, por vezes, participo) à movimentação político-cultural de jovens antenados e politizados (iconoclastas, desvairados) na capital com encanto e afeição. Sinto-me, com extrema naturalidade, parte daquilo tudo. Apesar de, também naturalmente, perceber os limites impostos pela distância para uma dedicação e uma atuação mais clara, ou mais voluntariosa, significativa.

Sou um compositor de canções.

Por morar no Rio e sentir a inclinação do Brasil para o congelamento das suas velhas estruturas hierárquicas, cujas demandas são a de imposição de um centro (polar) cultural no eixo RJ-SP, mas enxergar naquelas uma viva rachadura descentralizadora, fruto dos processos políticos vividos nos últimos 16 anos, mais intensamente nos últimos 8 anos, lanço-me à tarefa de contar, ainda que de forma dispersa, um pouco sobre o significado e a importância, o tamanho da importância do que hoje acontece naquela cidade. Lanço-me em 2011 para um mapeamento, uma espécie de cartografia daquilo que está acontecendo, mas (por algum motivo) não é visto.

A Outra Cidade




Há três anos, fui convidado por uma publicação carioca para falar rapidamente sobre a cena musical mineira. Quando comecei a escrever, vi o quanto era necessário me alongar sobre o que sinto ser o ponto inicial desse modelo de produção de cultura e pensamento que se projetou nos últimos anos em BH: o disco (manifesto) de 2003, A Outra Cidade.

Encabeçado por três cancionistas (Kristoff Silva, Makely Ka e Pablo Castro) e com a participação de mais de quarenta músicos da região, o disco pretendia, através do encontro provocado na cidade pela incidência de uma fértil geração de novos artistas interessados numa produção contemporânea de arte e cultura, confluir num projeto fonográfico, mais que um –relevante- conteúdo cancional, mas um gesto que agregasse as necessidades relativas ao escoamento do grande volume de canções produzidas solo e conjuntamente a uma postura político-cultural fruto do desejo de construção de uma nova cidade.

Para mim, obviamente, para além das questões estéticas e musicais que tanto admiro e reconheço, o que mais me interessa neste processo é o formato de relacionamento que conjuga a cidade e a arte. E, neste caso, a cidade tem algumas funções particulares muito significativas.

Uma primeira é a idéia de cidade como o lugar físico e geográfico do encontro e o encontro como vetor da reinvenção deste lugar. Ou seja, a possibilidade de modificação das estruturas incrustadas na pele da cidade passa pela forma como esta proporciona encontros e como estes, num determinado tempo e num jogo específico das características das pessoas que ali se encontram, delineiam e conduzem a cidade a um novo ambiente, a uma nova idéia de si mesma. A cidade espera ser resignificada, desejante de ocupações e funcionalizações. Isto gera uma segunda questão que é tornar a cidade, ocupada, num palco para a execução e comunicação das obras criadas ali. A cidade como platéia, reconhecedora da sua produção. E, por fim, a cidade como desejo idílico, afetivo; a casa.

É notório perceber que estes ajuntamentos, por um lado, são frutos das necessidades críticas às quais a arte esteve (ainda está!) renegada, com falta de suporte e apoio, mas por outro, resultado das vicissitudes de uma geração ávida por produzir, dialogar, ouvir, criar.

E aqui, o aspecto que mais me chama a atenção. A idéia de que uma cidade, dentro das perspectivas dos encontros, pode gerar um coletivo de artistas interessados no diálogo como plataforma estética. A cidade como paradigma estético.



A Outra Nova Cidade


foto - Flávia Mafra

De lá pra cá, quase dez anos, muita coisa aconteceu. A cidade mudou, novos artistas apareceram, políticas culturais se configuraram no país, novas dimensões e possibilidades de comunicação tornaram-se viáveis através dos novos dispositivos das mídias virtuais.

A cena se reconheceu.

E é necessário dizer que este reconhecimento acontece num movimento muito interessante, cujos dispositivos são gerados numa lógica “de baixo para cima”; sem apoio da mídia formal, com grande descaso das instituições políticas, mas com renovada força geracional: grupos de teatro, cineastas, artistas plásticos, músicos, compositores populares e eruditos, produtores culturais, escritores, comunicadores, agentes culturais, enfim, uma gama complexa de jovens interessados em levar às últimas conseqüências a ocupação da cidade, entendendo-a como espaço público do cidadão e espaço óbvio para o diálogo e a formação cultural.

Novamente, o lugar da arte se dá na possibilidade do encontro na cidade. Os jovens artistas, os jovens criadores, os jovens jovens, hoje entre 20 e 30 anos, cresceram num modelo de cidade onde era compatível e natural assistir a um concerto de música erudita contemporânea, dali seguir para um tambor de crioula, em seguida ouvir uma jam de jazzistas e por fim, sair pra dançar rock numa boate. Tudo muito compatível e espontâneo. E esta espontaneidade como resultado de um inconveniente; a cultura apóia-se em estruturas mambembes para se estabelecer. Estabelecer-se como instancia sócio-política e como cultura de fato, este movimento humano na conversa com o tempo.
Para além da forma natural como esta nova geração no mundo contemporâneo se relaciona com diferentes ações, atitudes, manifestações, em BH faz-se necessário aliar-se ao oposto. O percurso só é possível na diferença. E a diferença é o lugar da estética. Novamente, a cidade como motor dos encontros, e os encontros com a diferença promovendo renovações estéticas e liberdade criativa.

A manifestação mais direta e funcional, e por isso mesmo, absurda, democrática, um lúdico enfrentamento contra as ações caducas da política pública mineira na área cultural acontece hoje em BH através do movimento, ou melhor, do ajuntamento-criativo Praia da Estação.



A Praia da Estação é um revide político (e densamente artístico) fomentado e alimentado nas redes sociais, desta geração contra uma ação da Prefeitura da cidade que dificulta, ou melhor, impede a gestação de espetáculos culturais na Praça da Estação (praça central da cidade, com largo histórico de espetáculos populares e encontro das diferentes faixas econômicas da sociedade belo-horizontina). A Praia baseia-se numa pilhéria mineira de inventar no duro cimento do centro da cidade uma praia; as pessoas vestem-se a caráter, levam seus instrumentos e fazem um pequeno carnaval com caminhão-pipa, música e diversão de verão. Enfim, um happening, no seu sentido mais vanguardista e modernista.

O próximo passo, ainda que disperso, é a invenção do Carnaval em BH. A cidade construiu (ou talvez, desconstruiu) ao longo dos anos uma descarnavalização. A festa na cidade tornou-se sinônimo de tranqüilidade e descanso, o contrario do que se vê nas pequenas cidades barrocas interioranas e universitárias. Impelidos pela força da Praia estes jovens desejam criar uma nova tradição na cidade; blocos com marchinhas autorais, ajuntamento de diferentes grupos, jovens comemorando o carnaval... Enfim, deseja-se inventar uma festa para Belo Horizonte.



Acompanho daqui toda essa movimentação com muito encanto. As revelações são muitas sobre a forma de compreensão destas pessoas sobre a tradição, a cidade, a arte, o diálogo, o tempo... É tudo muito grande e envolvente. Saber que amigos têm este olhar sobre o mundo faz confirmar minha inspiração de que caminhamos para o lado certo da vida; de que somos sim um país muito bonito por que somos nós este país. Levo a discussão, assim repentinamente, para um âmbito maior, nacional porque vejo daí, desta micro-movimentação-poética de verão um gesto que faz a maquina andar. Prevejo daí um grande carnaval.

Fé na festa!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ainda que, em trânsito, algo que atravessa den'de mim.



no fundo... são apenas as impressões; as vastas direções. medo e alegria. um inverso? destemer o diálogo; desmentir a locução, a livre mente não morre.

morte, vida me satisfaz.


tempo voa dentro de mim.
dentro.


fora tudo que chateia, estranha na voz, vontade de choro... fora. to. e despeço. e descasco. e desapego. e desfecho. desarranco. desamarro.

e agora o que então me submeto? meto. meto em mim o metro da medida do acaso do porque. do que enfim não se mede.

só.


som.