quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Jovens músicos ressuscitam o carnaval de Belo Horizonte

por Fabiana Cozza

Há dois meses estive na querida Belo Horizonte. Lá, encontrei amigos como Bill Lucas, percussionista, idealizador do grupo Bantuquerê e a advogada na área cultural, Maria Carol. Perguntei a eles como era o carnaval em BH. Para meu desencanto e surpresa, ambos – foliões assumidos – responderam que a populosa capital torna-se um deserto, ideal para o descanso.

Fiquei bastante intrigada. Compreendo os que se recolhem durante a festa e buscam o silêncio. Por outro lado, tendo em vista a cena musical da cidade – uma das mais efervescentes do país – e seu público acolhedor e exultante, fiquei meio “cabreira”. Onde estão os foliões?

“Há um resgate da nossa história e tradição carnavalesca por parte de uma nova geração de instrumentistas da cidade”, conta Maria Carol que desfila há anos e já encarou a farra do “Mamá na Vaca”, “Tetê, a Santa”,

Exalta Rei” – com músicas de Roberto Carlos – o ZooBloco e o Rancho Flor do Sereno.

Pouco antes de escrever esta coluna, recebi um texto do músico mineiro Cesar Lacerda falando exatamente de Minas como um lugar de reinvenção da cultura popular, do reconhecimento e valorização de seu histórico musical e do surgimento de novas estéticas. Texto do qual assino embaixo tendo em vista minha vivência constante em shows e projetos de artistas locais. Compartilho o texto de Cesar com vocês, clique aqui.

Como ele mesmo cita, o carnaval mineiro é centenário, sobretudo nas cidades históricas onde figuram os blocos e a figura do Zé Pereira, atraindo foliões de todo o Brasil. Mas, para além disso, há uma geração de músicos trabalhando e resgatando o carnaval democrático das ruas, das marchinhas e blocos.

Grupos como o Bloco da Alcova já estão divulgando o “hino” deste ano na Internet. Neste vídeo, ensaiam a canção “Alcova Libertina” (veja aqui).

Confira a música toda aqui.

Foliões do Bloco do Peixoto (um dos mais tradicionais e ativos de BH), Bloco da Cidade, Bloco do Angu, Tetê, a Santa, Podia ser Pior, Mamá na Vaca entre outros, também se organizam para tirar a fantasia do baú e desfilar pelas ruas.
E assim a festa se alastra e devolve ao povo sua identidade e auto-estima cultural.

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