quarta-feira, 13 de maio de 2009

No Visgo.





Eu venho escrevendo bastante sobre música paulista nos últimos tempos. Na verdade, venho escrevendo sobre uma turma paulista mais focada na possibilidade de hibridação da canção por um viés mais pop. E é uma turma que me interessa bastante; que tem no seu trabalho o resultado de uma consciência (mesmo que inconsciente) profundamente colada à tradição sócio-cultural brasileira de fluxos migratórios caracterizados em larga medida por nordestinos-paulistas e mineiros-cariocas.

Penso que Rômulo Fróes, Mariana Aydar, Curumin, Tatá Aeroplano, estão para música atual como Árido Movie, Baixio das Bestas, Céu de Suely, dentre outros, estão para o cinema. Uma espécie de indigestão cultural, de atropofagia que deu errado e resultou numa esquisitíssima coleção de pequenos artefatos culturais. Um pouco de reggae com Japão-Pop, de rock-inglês com mangue-bit, de tecno-brega com música romântica. E o mais interessante é perceber que estes são um processo e resultado íntimos do pensamento atual paulista; e aquilo que de alguma forma brotou noutros lugares, como os +2 e o Do Amor no Rio, ou Mombojó e China em Pernambuco (que aliás são passíveis de outras análises) são resultado, muitas vezes, do seu encontro com SP.

Qualquer análise é, por necessidade, uma generalização dos fatos; uma simplificação. Colocar Céu e Rômulo Fróes no mesmo balaio dói até em mim (Inclusive, ultimamente, tenho pensado bastante em escrever um post sobre como o lançamento do disco Ventura do Los Hermanos –para muitos, esta análise deveria ser feita a partir do lançamento do Bloco do Eu Sozinho- possibilitou o nascimento do “samba com guitarras”).

De qualquer maneira, eu escrevi tudo isso somente para dizer que a figura brasileira atual mais representativa de um diálogo profícuo entre o traço que de alguma forma caracteriza o Brasil -e suas relações internas que revelam suas demarcações sociais e culturais- e os movimentos que geram cultura no mundo é a Céu.
E meu melhor argumento é este



Depois a gente conversa...

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