domingo, 19 de julho de 2009

Dentro



Desde que, no Arpoador em 2007, tomei uma série de caldos e por encomenda acumulei uns cinco quilos de areia na sunga e uma coleção única de esfoliações no corpo, que tenho medo de entrar no mar.
É um tanto quanto esquisito. Moro no Rio, gosto de praia, apesar de me sentir mal passada a primeira hora de ócio, amo o mar... Mas, na hora de entrar nele vem o pavor.

Também o Rio de Janeiro é estranho. Minha relação com praia tem a ver com solidão, silêncio, reflexão, quietude. Estar na praia, ou melhor, estar no mar é participar de uma sensação única e reveladora sobre a imersão. É como estar dentro de uma única molécula e tonar-se aos poucos parte dela.

As praias do Rio são chatas. Tem aquela coisa carioca do entretenimento, do oba-oba, do "não-seja-você-mesmo". Por vezes, sinto-me mal... Muita gente, muito barulho, mar frio e onda grande. Mas foi no Rio que aprendi que o mar é um senhor muito dedicado e reservado. É necessário respeito, é necessário o olhar, senti-lo e então, pedir licença e só então você é abraçado.

Mar tem pele e pele é uma coisa muito única. A pele é com certeza a coisa mais quente, mais sensual e, ao mesmo tempo, mais aconchegante do ser humano. Pele e mar.



Ah... Isso são desenhos do Eric Zener. Para mais, click aqui!

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