terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Você teria tempo?
Afinal... Às indefinições, às complexidades, aos desentendimentos, aos diversos tempos dentro dos compartilhamentos, às buscas, olhares, sentimentos... Ao ser o que se é mesmo quando ainda tudo é só desejo; todo desejo, tudo desejo.
Enfim, o que é o tempo?
02 Inalcançável Você by Leo Cavalcanti
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domingo, 7 de novembro de 2010
Havia céu pra voar, havia vento...
Asas
Adriana Calcanhotto / Antonio Cicero
Suas asas
Amor
Quem deu fui eu.
Para ver
Você conquistar o céu
Observe tudo embaixo
Ser menor do que você.
Como tudo é,
E enquanto arde a coragem
Dos desejos seus,
Sem véus (Proteus)
Abra seus poros e papilas e pupilas.
À luz da manhã
E muito acima de Ipanema
Tão pequena tão vã
Viva o prazer
O som
O estrondo de uma onda
Na arrebentação
Enquanto eu piro à sua espera
Na esfera do chão.
domingo, 31 de outubro de 2010
Virá
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Palavras Aladas
Antonio Cícero
Os juramentos que nos juramos
Entrelaçados naquela cama
Seriam traídos se lembrados hoje
Eram palavras aladas
Faladas não para ficar
Mas, encantadas, voar
Faziam parte das carícias
Que por lá sopramos
Brisas afrodisíacas ao pé do ouvido
Jamais contratos
Esqueçamo-las
Pois dentre os atos da língua
Houve outros mais convincentes
E ardentes sobre os lençóis
Que esses, em futuras noites,
Em vislumbres de lembranças
Sempre nos deslumbrem.
Os juramentos que nos juramos
Entrelaçados naquela cama
Seriam traídos se lembrados hoje
Eram palavras aladas
Faladas não para ficar
Mas, encantadas, voar
Faziam parte das carícias
Que por lá sopramos
Brisas afrodisíacas ao pé do ouvido
Jamais contratos
Esqueçamo-las
Pois dentre os atos da língua
Houve outros mais convincentes
E ardentes sobre os lençóis
Que esses, em futuras noites,
Em vislumbres de lembranças
Sempre nos deslumbrem.
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Saiu no Estado de Minas
Som autoral
César Lacerda, Luiza Brina e Luiz Gabriel Lopes se apresentam amanhã e domingo na cidade
João Renato Faria - Portal UAI
Três nomes da nova geração de músicos mineiros vão mostrar, amanhã e domingo, no Palácio das Artes, o resultado de um encontro marcado pela afinidade musical e por um jeito novo de compor, já que as canções do projeto batizado de Por um passado musicável: notícias numa fita foram criadas pela internet.
O projeto é composto por César Lacerda, Luiza Brina e Luiz Gabriel Lopes. Os dois primeiros são mineiros, mas vivem no Rio. Já o último, famoso por seu trabalho com a banda Graveola e o Lixo Polifônico, nasceu no Rio, mas se considera mineiro e vive atualmente em Belo Horizonte. Esse desencontro geográfico permitiu que a tecnologia desse uma mãozinha ao processo de criação, que envolveu ensaios ao vivo entre os três pela internet.
”O jeito de criar as músicas foi um pouco indefinido. Às vezes, a gente tinha um início de canção e, via Skype (programa voltado para conversa on-line), a coisa acontecia, com todo mundo tocando junto. Às vezes, a gente mandava um MP3 via e-mail, e todo mundo ficava pensando no que aquilo poderia virar. Assim foi nascendo o show”, conta César Lacerda.
Mesmo assim, para César, o uso da rede na criação não causou nenhum problema. “Para mim não fez nenhuma diferença, até prefiro e acho extremamente prático trabalhar na internet, pois você não precisa sair de casa, só liga o computador e a pessoa está lá. Se tem banda larga, a coisa funciona bem, não sinto muita diferença”, avalia. Já Luiza Brina, que acompanhou a cantora Marina Machado em turnê, estranhou um pouco o processo, mas gostou do resultado final. “Foi diferente. O problema é que não via direito o que o outro estava fazendo, tinha que ser meio de ouvido, mas foi interessante”, explica.
Musicalmente, as canções de Por um passado musicável: notícias numa fita mostram equilíbrio entre os três participantes, influenciadas principalmente por bossa nova e nomes como Tom Zé e Caetano Veloso. “Temos interesse muito grande pelo cancioneiro brasileiro, e cada um tem que o lado que se desenvolveu mais. Com esse projeto, conseguimos nos completar. César faz harmonias diferentes; Luiz desenvolve um trabalho bacana com a palavra e a gente foi juntando tudo”, diz Luiza Brina. “A música que vamos mostrar no palco é predominantemente autoral, e o público de BH conhece e vivencia produção própria. A cidade está muito bacana no cenário cultural, é vanguarda tanto na criação quanto no público, que sai de casa para conferir o trabalho de gente nova”, elogia César Lacerda.
POR UM PASSADO MUSICÁVEL: NOTÍCIAS NUMA FITA
Show de César Lacerda, Luiza Brina e Luiz Gabriel Lopes, amanhã e domingo, às 20h, na Sala Juvenal Dias no Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, 1.537, Centro. Ingressos: R$ 10.
César Lacerda, Luiza Brina e Luiz Gabriel Lopes se apresentam amanhã e domingo na cidade
João Renato Faria - Portal UAI
Três nomes da nova geração de músicos mineiros vão mostrar, amanhã e domingo, no Palácio das Artes, o resultado de um encontro marcado pela afinidade musical e por um jeito novo de compor, já que as canções do projeto batizado de Por um passado musicável: notícias numa fita foram criadas pela internet.
O projeto é composto por César Lacerda, Luiza Brina e Luiz Gabriel Lopes. Os dois primeiros são mineiros, mas vivem no Rio. Já o último, famoso por seu trabalho com a banda Graveola e o Lixo Polifônico, nasceu no Rio, mas se considera mineiro e vive atualmente em Belo Horizonte. Esse desencontro geográfico permitiu que a tecnologia desse uma mãozinha ao processo de criação, que envolveu ensaios ao vivo entre os três pela internet.
”O jeito de criar as músicas foi um pouco indefinido. Às vezes, a gente tinha um início de canção e, via Skype (programa voltado para conversa on-line), a coisa acontecia, com todo mundo tocando junto. Às vezes, a gente mandava um MP3 via e-mail, e todo mundo ficava pensando no que aquilo poderia virar. Assim foi nascendo o show”, conta César Lacerda.
Mesmo assim, para César, o uso da rede na criação não causou nenhum problema. “Para mim não fez nenhuma diferença, até prefiro e acho extremamente prático trabalhar na internet, pois você não precisa sair de casa, só liga o computador e a pessoa está lá. Se tem banda larga, a coisa funciona bem, não sinto muita diferença”, avalia. Já Luiza Brina, que acompanhou a cantora Marina Machado em turnê, estranhou um pouco o processo, mas gostou do resultado final. “Foi diferente. O problema é que não via direito o que o outro estava fazendo, tinha que ser meio de ouvido, mas foi interessante”, explica.
Musicalmente, as canções de Por um passado musicável: notícias numa fita mostram equilíbrio entre os três participantes, influenciadas principalmente por bossa nova e nomes como Tom Zé e Caetano Veloso. “Temos interesse muito grande pelo cancioneiro brasileiro, e cada um tem que o lado que se desenvolveu mais. Com esse projeto, conseguimos nos completar. César faz harmonias diferentes; Luiz desenvolve um trabalho bacana com a palavra e a gente foi juntando tudo”, diz Luiza Brina. “A música que vamos mostrar no palco é predominantemente autoral, e o público de BH conhece e vivencia produção própria. A cidade está muito bacana no cenário cultural, é vanguarda tanto na criação quanto no público, que sai de casa para conferir o trabalho de gente nova”, elogia César Lacerda.
POR UM PASSADO MUSICÁVEL: NOTÍCIAS NUMA FITA
Show de César Lacerda, Luiza Brina e Luiz Gabriel Lopes, amanhã e domingo, às 20h, na Sala Juvenal Dias no Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, 1.537, Centro. Ingressos: R$ 10.
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sábado, 2 de outubro de 2010
Por um passado musicável: notícias numa fita
Esta semana estaremos no Rio de Janeiro (sexta-feira, dia 8 de outubro, no Rampa às 21hs) e em Belo Horizonte (sábado e domingo, dias 9 e 10 de outubro, na Sala Juvenal Dias às 20hs).
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domingo, 26 de setembro de 2010
Por um passado musicável: notícias numa fita em SP
POR UM PASSADO MUSICÁVEL: NOTÍCIAS NUMA FITA
Quarta [29/09] 21h30_ R$26
A cena mineira tem hoje como principal característica ser orgulhosamente bairrista. Há algo como um ensimesmamento genético, aquele mesmo do barroco, do capim e do pão de queijo, que faz com que muitos músicos dessa safra tornem-se o principal público de si mesmos. Há grande interesse na produção alheia, uma busca constante pela troca e pelo diálogo em torno da formação de um léxico próprio a seu tempo. É desse desejo pela convivência e pelo contato com o outro que acontece o encontro destes três artistas de Minas Gerais. César Lacerda (voz, guitarra, percussão e flauta) e Luiza Brina (voz, violão de 7, violoncello e clarineta) são mineiros e hoje vivem no Rio de Janeiro; Luiz Gabriel Lopes (voz, violão e guitarra) nasceu no Rio, mas é mineiro e vive em Belo Horizonte, após recente e alongada passagem por Lisboa. O trio apresenta canções autorais, além de versões colhidas nos novos e velhos tempos do cancioneiro brasileiro.
Casa de Francisca
Rua José Maria Lisboa 190, travessa da Brigadeiro Luís Antônio T 11 3052 0547_
RESERVAS SOMENTE ATRAVÉS DO SITE www.casadefrancisca.art.br
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Rap Global
Entrevista com Boaventura de Sousa Santos, César Lacerda, Numa Ciro , Sandro Machintal e Nike, sobre o livro Rap Global, no Espaço Aberto Literatura na Globo News.
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terça-feira, 14 de setembro de 2010
Da menor extravagância
Eu gosto de assistir o diálogo musical entre paulistas e cariocas. Eles fingem não ser iguais, não gostar das mesmas coisas, mas são amigos com mesmas roupas, gestos, caras, cabelos. Porque cabelos, e gestos, e roupas, e caras são qualidades de gerações.
Extravaganza é bossa. E é jovem-guarda. É feminino. Em 2010; é carioca e paulista.
Gosto dessa Machete. Dessa novidade que soa velha. É bonito e.
Extravaganza é bossa. E é jovem-guarda. É feminino. Em 2010; é carioca e paulista.
Gosto dessa Machete. Dessa novidade que soa velha. É bonito e.
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Silvia Machete
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Por um passado musicável: Notícias numa fita
A cena mineira tem hoje como principal característica ser orgulhosamente bairrista. Há algo como um ensimesmamento genético, aquele mesmo do barroco, do capim e do pão de queijo, que faz com que muitos músicos dessa safra tornem-se o principal público de si mesmos. Há grande interesse na produção alheia, uma busca constante pela troca e pelo diálogo em torno da formação de um léxico próprio a seu tempo. É desse desejo pela convivência e pelo contato com o outro que acontece o encontro destes três artistas de Minas Gerais.
César Lacerda e Luiza Brina são mineiros e hoje vivem no Rio de Janeiro; Luiz Gabriel Lopes nasceu no Rio, mas é mineiro e hoje vive em Minas Gerais, após recente e alongada passagem por Lisboa. Para além das contingências geográficas, os três decidiram aproveitar o encurtamento de distâncias através da internet para criar canções: durante alguns meses, reuniram-se semanalmente via skype para discutir e elaborar idéias musicais.
Do fascínio mútuo pelas obras um do do outro e pelas absorções criativas geradas pelo contato, surgiu o show Por um passado musicável: notícias numa fita, com estreia marcada para o dia 11 de agosto no Rio de Janeiro, reunindo canções autorais feitas neste período, além de versões colhidas nos novos e velhos tempos do cancioneiro brasileiro.
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terça-feira, 3 de agosto de 2010
sábado, 24 de julho de 2010
Rap Global no Oi Futuro
Cinco artistas brasileiros, radicados no Rio de Janeiro, de diferentes gerações e tendências se reuniram, a pedido de Heloisa Buarque de Hollanda, para uma experiência inusitada: musicar o Rap Global, texto poético de 69 páginas, do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, escrito sob o pseudônimo Queni N. S. L. Oeste que vai será lançado pela Editora Aeroplano.
O resultado dessa experiência poderá ser compartilhado com todos que forem ao lançamento, quando esses artistas apresentarão o espetáculo Rap Global, uma leitura musical de boa parte do livro.
Os artistas criadores do espetáculo são o multiinstrumentista e compositor mineiro César Lacerda, o DJ e produtor musical carioca DJ Machintal, a rapper carioca Combatente, de Vigário Geral, o rapper Nike, de Nova Iguaçu e a paraibana MC Numa Ciro, psicanalista e performer.
Na ocasião, será feita uma intervenção audio visual por Marcus Faustini e o VJ China.
Em seguida, Boaventura fará palestra: O fim que não tem fim: Capitalismo e Colonialismo.
Dia 28 de julho, quarta-feira, às 19 horas no Centro Cultural Oi Futuro, na Rua Dois de Dezembro, número 63, no Flamengo.
Conhecido por suas críticas à “monocultura racional” do mundo moderno, o professor Boaventura Souza Santos foi entrevistado pelo jornal O Globo no caderno Prosa & Verso, onde chamou de rap esta nova obra: "...um painel em fragmentos da vida contemporânea que interpela o leitor a todo momento com sucessivas denúncias de opressão..." situando "... como um grito do Ipiranga de quem foi até os confins da mais louca e oculta modernidade ocidental para poder denunciá-la sem peso nem medida mas com conhecimento de causa”.
Dê uma conferida no caderno Prosa online do O Globo aqui. Na reportagem ainda é possível dar uma conferida em um trecho do rap cantado.
Imperdível!
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sexta-feira, 16 de julho de 2010
Hoje... Estou cansado de tanto hoje
quinta-feira, 15 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Meu comentário sobre o Brasil na Copa
Vi o jogo pela Band. Gostei. Gosto do amor do Luciano ao narrar, e gosto da inconseqüência do Neto ao comentar. Assemelha-se ao tipo de futebol que gostaria de ver na seleção brasileira.
Agora estou escrevendo com a tv ligada na Globo.
Uma coisa deve ficar dessa Copa. A coragem e caráter do Dunga se posicionando a favor da seleção e "contra" a Globo.
É um nojo a demagogia que Galvão usa pra falar dessa derrota.
Essa derrota é resultado de coisas que antes da Copa começar todos, críticos ou não, torcedores ou não, falavam.
Eu defendo meu queijo. A política dessa seleção, da CBF eu não concordo.
O time do Brasil é bom, mas tem falhas. E essas falhas apareceram no segundo tempo. Sobretudo, não tem banco. O erro do Dunga, sem sombra de dúvida, foi a teimosia, o super-eu dele gritou alto.
No primeiro tempo, o time sobrou em campo. No segundo, não foi a Holanda que jogou bem, foi o Brasil que jogou mal.
O time do Brasil, que segundo muitos é um time de "jogadores experientes", perdeu por jogar na falta de experiência. Lúcio, Felipe Mello, Michel, Robinho perderam cabeça. Kaká não jogou. A bola não chegou em Luis Fabiano. E o Brasil poderia ter perdido de 4, 5. Maicon, Juan, Júlio César, Robinho, Nilmar estes sobram no campo. Mas faltou...
Repito. O time da Holanda jogou mal. Um bom time teria ganho de muito.
Uma questão interessante dessa Copa é o quanto a arbitragem influencia para o lado ruim. O árbitro de hoje era árbitro de basquete, não ligou pra o relógio.
O Brasil precisa ir pra próxima Copa com outro espírito.
Eu to torcendo pra Argentina. Que tem futebol diferente, tem um técnico absurdamente consciente do que é a Copa-cinema (usa e abusa da imprensa), tem o melhor jogador do mundo (que ainda não marcou), tem um ótimo ataque. A Argentina, diferente do Brasil, não tem boa defesa, nem bom goleiro.
Enfim. Torci pro Brasil hoje. Meu coração brasileiro gritou pela vitória. Mas... Era o mesmo coração que estava em campo... Abalado.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Amor, Lope e Andrucha
Com estréia no Brasil prevista para outubro, o novo filme de Andrucha Waddington, com distribuição da Warner, é sobre o poeta e dramaturgo espanhol Lope de Vega (1562-1635). O filme conta com Alberto Ammann, Pilar López de Ayala, Juan Diego, Sonia Braga, Jordi Dauder, Antonio Dechent, Ramón Pujol, Selton Mello, dentre outros no elenco.
DESMAYARSE, ATREVERSE, ESTAR FURIOSO
Desmayarse, atreverse, estar furioso,
áspero, tierno, liberal, esquivo,
alentado, mortal, difunto, vivo,
leal, traidor, cobarde, animoso,
no hallar, fuera del bien, centro y reposo,
mostrarse alegre, triste, humilde, altivo,
enojado, valiente, fugitivo,
satisfecho, ofendido, receloso.
Huir el rostro al claro desengaño,
beber veneno por licor süave,
olvidar el provecho, amar el daño;
creer que un cielo en un infierno cabe,
dar la vida y el alma a un desengaño:
esto es amor. Quien lo probó lo sabe.
DESMAYARSE, ATREVERSE, ESTAR FURIOSO
Desmayarse, atreverse, estar furioso,
áspero, tierno, liberal, esquivo,
alentado, mortal, difunto, vivo,
leal, traidor, cobarde, animoso,
no hallar, fuera del bien, centro y reposo,
mostrarse alegre, triste, humilde, altivo,
enojado, valiente, fugitivo,
satisfecho, ofendido, receloso.
Huir el rostro al claro desengaño,
beber veneno por licor süave,
olvidar el provecho, amar el daño;
creer que un cielo en un infierno cabe,
dar la vida y el alma a un desengaño:
esto es amor. Quien lo probó lo sabe.
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Lope de Vega
sábado, 26 de junho de 2010
Marcado a fogo; Tempo Rei
Tempo Rei
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9
Parte 10
Parte 11
Parte 12
Parte 13
Parte 14
Parte 15
Parte 16
Parte 17
Parte 18
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9
Parte 10
Parte 11
Parte 12
Parte 13
Parte 14
Parte 15
Parte 16
Parte 17
Parte 18
domingo, 6 de junho de 2010
Formações ideais
Acho que a primeira formação de um grupo que ouvi e me apaixonei profundamente foi essa 65-68 do Miles; o Miles Davis Quintet. Eu acho que há algo muito mais especial, muito musical, e densamente prolífico na música instrumental deste período, e que no subsequente, o Bitches Brew - 1969, não sinto tanto. Obviamente, cada lugar no seu assento. Mas... Enfim, apaixonante!
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segunda-feira, 17 de maio de 2010
Música (de mudança...?)
Um início, meio e fim.
Antonio Loureiro
Ouvi o eco do grito
Lá de longe, longe, longe ouvi.
Senti o vento do rio.
Calmo sopro d'alma, eu senti.
Daqui, sem nem pensar, parti, corri.
Ali cheguei, vibrei no que havia.
Sorri em puras lágrimas,
Saí do chão.
Eu li de longe no seu semblante.
Logo, logo pressenti...
Eu vi tristeza, mas tanta mágoa nos teus olhos
Nunca vi.
Segui conselhos para não cair.
Saí contrariado, desisti.
Morri de dor distante do meu doce lar.
Fingi, tentando trair o sentimento,
Nunca consegui.
Dormi ao lado, esperando reciprocidade,
Não senti.
Feri meu ego exposto na raiz!
Segui correndo cego até a matriz...
Morri pregando a reconquista da paixão!
Ouvi, senti, parti, corri, sorri...
Eu lhe feri! Segui, sai, morri;
Então fugi.................................................................
Antonio Loureiro
Ouvi o eco do grito
Lá de longe, longe, longe ouvi.
Senti o vento do rio.
Calmo sopro d'alma, eu senti.
Daqui, sem nem pensar, parti, corri.
Ali cheguei, vibrei no que havia.
Sorri em puras lágrimas,
Saí do chão.
Eu li de longe no seu semblante.
Logo, logo pressenti...
Eu vi tristeza, mas tanta mágoa nos teus olhos
Nunca vi.
Segui conselhos para não cair.
Saí contrariado, desisti.
Morri de dor distante do meu doce lar.
Fingi, tentando trair o sentimento,
Nunca consegui.
Dormi ao lado, esperando reciprocidade,
Não senti.
Feri meu ego exposto na raiz!
Segui correndo cego até a matriz...
Morri pregando a reconquista da paixão!
Ouvi, senti, parti, corri, sorri...
Eu lhe feri! Segui, sai, morri;
Então fugi.................................................................
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sábado, 15 de maio de 2010
Hermano no fronte
Game é cultura
Will Wright poderia dispensar apresentações. Mas fui procurar, em cadernos culturais de jornais brasileiros, algum artigo sobre sua obra e só encontrei superficialidades. Então, correndo risco do óbvio: Wright é um dos mais importantes, criativos e influentes artistas da virada do século XX para o XXI. Mesmo quem nunca ouviu seu nome deve ter tido contato com seus trabalhos como "The Sims", a série de jogos de mais sucesso, com mais de cem milhões de exemplares vendidos. Ele já foi chamado de "Spielberg dos games", mas não seria inapropriado apelidá-lo também de Godard, pois suas criações revolucionaram várias vezes seu campo artístico. Um dos programas de maior audiência da rede norte-americana NPR (National Public Radio) é o "Morning edition", que apresenta o quadro Open Mic, onde um convidado especial escolhe outro que deseja entrevistar.
Game é cultura: você concorda com Hermano Vianna?
No ano passado, Wright entrevistou o biólogo E.0. Wilson, professor emérito de Harvard, prêmio Pulitzer, por sua vez um dos mais influentes cientistas norte-americanos. Era um encontro de pesos-pesados de dois mundos que não costumam ter conversas públicas.
No início da entrevista (disponível em
"Vou ter uma posição ainda mais radical. Eu penso que os games são o futuro da educação."
Porém, Wilson virou o jogo, logo demonstrando que seu interesse era falar sobre games. Meio espantado, transformado de admirador em mestre, Wright perguntou se o grande professor via algum papel para os games na educação. A resposta de Wilson foi fulminante: "Vou ter uma posição ainda mais radical. Eu penso que os games são o futuro da educação."
São palavras que deveriam ser lidas com atenção por pedagogos, pais, adolescentes, jornalistas, políticos - até para serem contestadas sem o simplista ataque antigames dominante. Vivemos um tempo em que deputados ou juízes, com base num achismo barato, produzem leis e jurisprudências que adorariam nos impor um mundo sem jogos eletrônicos.
Além disso, a maioria dos jornais praticamente ignora a centralidade evidente dos games em nossa vida cultural. Um festival de cinema, mesmo decadente, recebe páginas e páginas de cobertura, mas eventos de games como o E3 ficam isolados no caderno de informática, como se fossem de interesse especializado, tecnologia sem arte. Um lançamento de game também nunca merece a mesma atenção que o de um disco, filme ou livro. E seus criadores são invisíveis ao lado de escritores, atores, artistas plásticos, mesmo quando suas criações são muito mais bem-sucedidas, tanto comercial quanto artisticamente.
Há sinais de que a situação começa a mudar. A lista das cem pessoas mais influentes do mundo da revista "Time" em 2009 (a mesma que este ano elegeu o presidente Lula) incluiu os irmãos Sam e Dan Houser, autores de "Grand theft auto". O feito merece ser citado, pois "GTA" é a série de games mais polêmica, geradora de pânicos morais. São aqueles jogos nos quais as crianças adoram atropelar velhinhas nas calçadas enquanto andam irresponsavelmente a toda velocidade pelas ruas de Los Angeles, ouvindo gangsta rap. Obra de arte?
Deixando o humor de lado, de uma coisa eu tenho certeza: chegou a hora de levar os jogos eletrônicos a sério
Matt Selman, roteirista e também produtor-executivo dos "Simpsons", justificou a escolha com a seguinte declaração: "Foi um filme ou livro ou disco proeminente que definiu como nós olhamos para a Los Angeles da era das gangues? Não, foi um videogame que usa filmes, música e escrita com grande efeito. [...] Os Housers estão fazendo o trabalho de Tom Wolfe, criando tapeçarias dos tempos modernos tão detalhadas quanto aquelas de Balzac e Dickens. Pelo menos eu penso que isso é verdade. Em vez de ler esses caras, estou em 'Liberty City' (um dos games da série 'GTA') roubando tanques." Engraçadinho? A graça aqui é apenas recurso para a comparação entre Sam e Dan Houser com Balzac e Dickens ser mais palatável para leitores conservadores, crentes que um livro clássico vai ser sempre superior a um game.
Deixando o humor de lado, de uma coisa eu tenho certeza: chegou a hora de levar os jogos eletrônicos a sério. Alguns criadores de games não são só grandes artistas, mas também grandes pensadores, que têm acesso privilegiado à complexa sensibilidade contemporânea, como pouca gente tem. Quem duvida pode ouvir a conversa de Will Wright com Brian Eno (autor da música de "Spore", entre outras atividades que também o qualificam como um dos principais pensadores da atualidade), em encontro promovido pela The Long Now Foundation (vídeos e transcrições em
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quinta-feira, 13 de maio de 2010
Porque...
Porque a gente aprende que ser forte é importante.
Porque a gente aprende que o amor é coisa que dá e passa.
Porque a gente aprende que o importante mesmo é só a gente.
Porque a gente aprende que a vida é doída.
Porque a gente aprende que a comida do vizinho é sempre mais gostosa.
Porque a gente aprende que há sempre um novo amor na prateleira do supermercado mais próximo.
Porque a gente aprende que aprender mesmo é bobagem.
Porque a gente nunca aprendeu a caminhar.
Nervos de Aço
Lupicínio Rodrigues
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Ao lado de um tipo qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do seu pode ser
Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, é despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor
Porque a gente aprende que o amor é coisa que dá e passa.
Porque a gente aprende que o importante mesmo é só a gente.
Porque a gente aprende que a vida é doída.
Porque a gente aprende que a comida do vizinho é sempre mais gostosa.
Porque a gente aprende que há sempre um novo amor na prateleira do supermercado mais próximo.
Porque a gente aprende que aprender mesmo é bobagem.
Porque a gente nunca aprendeu a caminhar.
Nervos de Aço
Lupicínio Rodrigues
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Ao lado de um tipo qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do seu pode ser
Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, é despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor
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Paulinho da Viola
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Metade
Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também
Ferreira Gullar
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também
Ferreira Gullar
segunda-feira, 3 de maio de 2010
sábado, 1 de maio de 2010
Achei bonito
Por uma estranha alquimia (você e outros elementos) quase fui feliz um dia. Não tinha nem fundamento. Havia só a magia dos seus aparecimentos e a música que eu ouvia e um perfume no vento. Quase fui feliz um dia. Lembrar é quase promessa é quase quase alegria. Quase fui feliz a beça mas você só me dizia: "Meu amor, vem cá, sai dessa" Antônio Cícero.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
O Absurdo
Rasga, corta, desfaz, esfacela, grita,rosna, chora, mata e não morre.
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Fado
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Pensando
"A busca sexual, a vagabundagem erótica, pode tornar-se paroxismo em certos períodos da vida. Então a pessoa procura "seduzir" ou "conquistar" o maior número possível de pessoas do outro sexo. Em certos aspectos é uma forma de poder, noutros uma exploração, um conhecer. O número, no entanto, acaba por anular o conhecimento, por mascarar as experiências e por destruir, definitivamente, o erotismo. Começando por conhecer, por encontrar pessoas, por viver aquilo que aquela pessoa devia dar de mais seu e, mesmo, de mais extraordinário, a busca perde exactamente a novidade, o inesperado. As pessoas confundem-se uma com a outra. Tantos corpos nus são todos iguais. O erotismo desvanece-se na diferenciação total."
(Alberoni, Francesco - 1984, p.124)
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Francesco Alberoni
domingo, 18 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Pixo!
Folha - Por que incluir os pichadores da 28ª Bienal na 29ª edição do evento?
Moacir dos Anjos - Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que nosso intuito não é incluir 'os pichadores da 28ª edição'. Não se trata de um pedido de desculpas ou de um confronto com a edição anterior do evento. O que realmente queremos incluir na presente edição da Bienal é a pixação, ou simplesmente o pixo, com 'x' mesmo, grafia usada por seus praticantes para diferenciar o que fazem hoje em São Paulo das pichações político-partidárias, religiosas, musicais, ou mesmo ligadas à propaganda que há vários anos enchem os muros e paredes da cidade, a despeito do quão 'limpa' ela queira apresentar-se. E queremos incluí-lo porque achamos que o pixo borra e questiona os limites usuais que separam o que é arte e o que é política. E essa é uma questão que interessa muito ao projeto curatorial da 29ª Bienal.
Lembro que política é aqui entendida não como espaço de apaziguamento de diferenças, mas justamente o contrário. Ou seja, como o espaço formado pelos atos, gestos, falas ou movimentos que abrem fissuras nas convenções e nos consensos que organizam a vida comum. Ou seja, como bem coloca o filósofo francês Jacques Rancière, política entendida como esfera do "desentendimento".
Essa é uma questão que, evidentemente, envolve uma série de dificuldades para que essa aproximação não se dê somente na superfície e, portanto, escamoteando as diferenças existentes, situação que não interessaria nem a nós nem aos pixadores. A nossa aposta é em descobrir formas novas de tratar do assunto com integridade de ambas as partes, sem que instituição e pixadores cedam completamente ao universo da outra.
Folha - Picho, então, é arte?
Dos Anjos - Nesse sentido em que falei, sim. Na verdade, a questão a se fazer é outra, que poderia ser formulada nos seguintes termos: Se o pixo é exposto numa galeria ou numa Bienal, permanece sendo arte? É com essa aparente contradição que teremos que lidar na 29ª Bienal. Pois se o que faz o pixo ser arte é justamente o fato dele desconcertar nossos sentidos e nos fazer admitir, mesmo quando estamos no conforto de nossos carros ou da janela de um apartamento alto, que existem outros modos de entender e de inventar o mundo, o que acontece se o pixo é trazido para o ambiente controlado, conhecido e decodificado do chamado 'campo' da arte? Ele mantém a sua potência ou se torna mera ilustração ou lembrança de si mesma? É esse desafio que curadores e pixadores tem que enfrentar juntos, de modo que ultrapassem duas situações simétricas e igualmente indesejadas: por um lado, a simples rejeição ao que causa desconforto; por outro, o desejo de cooptar o diferente para torná-lo igual a nós mesmos.
Folha - Mas picho também não tem um aspecto de vandalismo?
Dos Anjos - De uma perspectiva meramente legalista, a resposta obviamente é sim. Porém, essa é uma maneira de ver a questão que mais esconde do que revela. Afinal, o grafite também ocupa espaços na cidade que não são propriedade dos grafiteiros, e nem por isso estes são criminalizados de modo tão inequívoco como os pixadores. Na verdade, como bem sabemos, muitos grafiteiros são hoje considerados artistas, tendo seus trabalhos expostos em museus e vendidos em galerias de arte. O que produz essa diferença de percepção? Arriscaria dizer que é a opacidade do pixo em relação à transparência do grafite. Ou seja, que é o incômodo causado por algo que não se deixa apreender por códigos conhecidos, quando comparado ao conforto sentido quando se depara com uma imagem reconhecível e produzida por uma prática autorizada, como é hoje a dos grafiteiros.
Leia a íntegra aqui
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29º Bienal de Arte,
Pixo
quarta-feira, 14 de abril de 2010
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Tudo novo de novo?
"Quero pôr os tempos, em sua mansa ordem, conforme esperas e sofrências. Mas as lembranças desobedecem, entre a vontade de serem nada e o gosto de me roubarem do presente. Acendo a estória, me apago a mim. No fim destes escritos, serei de novo uma sombra sem voz." (Terra Sonâmbula - Mia Couto)
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Mo... Que saudade.
sexta-feira, 26 de março de 2010
E muito mais
Atualmente, o hermano (além do Vianna...) que mais me chama atenção pelo trabalho é o Bruno Medina.
De fato, a última grande banda, o último grande representante de uma geração foi o Los Hermanos; e isso se deve a diversos motivos.
Mas as bandas acabam, a gerações mudam, o mundo gira... E tudo fica meio assim... Estranho (?). No caso dos Hermanos, não seria diferente...
Mas Bruno, além de tocar com Adriana Calcanhotto, faz crônicas geniais para o portal G1; e também da cursos (não sei se no plural, mas recentemente deu um curso sobre música com temas bem contemporâneos). Abaixo, segue a última.
Passo em falso
de Bruno Medina
O exercício de escrever crônicas, como é de se supor, frequentemente envolve a angústia de não se ter claridade quanto ao próximo tema a ser abordado. Pois eis que aqui está uma janela a expor um olhar sobre o cotidiano, e cabe apenas a mim definir, dia após dia, o que será visto através dela. Acontece, por vezes, de dois ou mais temas surgirem como candidatos, e em seguida se digladiarem pela chance de ganhar vida através da leitura de vocês; pela experiência adquirida, quando as forças se apresentam em seus cantos no ringue, é chegada a hora de assistir ao embate, até ser convencido por uma vitória soberana.
Mas, como diz o velho ditado, para toda regra há exceções. Neste caso específico uma bem desagradável – daquelas que grudam na sola do sapato dos distraídos – se colocou bem no meio do caminho. Foi em Copacabana, a noite, numa esquina mal iluminada, entre a calçada e um canteiro, saindo do carro. Enquanto esfregava meu pé como um alucinado na terra, não pude deixar de pensar que a cena em muito remetia a de um cachorro em seu passatempo predileto, de cavar com as patas no chão. Seria irônico se não fosse quase trágico.
A essa altura, acho que já cabe pedir perdão aos mais sensíveis, caso considerem o assunto de alguma forma inapropriado. Em minha defesa, alego que é justo de onde menos se espera que os cronistas costumam se inspirar para ganhar seu pão. Prosseguindo. De volta à compostura, constatei que ciscar como uma galinha por quase dez minutos não representava nem metade do que precisaria ser feito para resolver o – digamos – “problema”.
Não sei a quantos milênios o homo sapiens desfruta da comodidade de calçar sapatos, mas será que esse período, certamente tão extenso, ainda não foi o bastante para que os especialistas aprendessem a desenhar solas compatíveis com esse inconveniente, também milenar? Afinal, por que diabos elas precisam se assemelhar a pneus de bólidos de Fórmula 1? Para que servem tantas ranhuras? Para garantir estabilidade nas curvas ou adesão no momento da frenagem de quem nunca se locomove a mais do que 1 km por hora?
Acontece que as benditas ranhuras, na prática, nada mais são do que depositórios inalcançáveis, brechas ínfimas que só um meticuloso artesão dotado de agulha e muito pouca noção de higiene poderia acessar. Como não me aplico ao perfil, o jeito foi caminhar batendo forte com os calcanhares, pisar em todas as poças avistadas, fazer moonwalk e alisar com os pés os degraus e quinas das guias que me separavam de meu destino final.
Tal qual um famigerado dançarino do Stomp num patético espetáculo pelas ruas da princesinha do mar, via a cada instante diminuídas as chances de me ver livre da embaraçosa situação, antes de bater à porta de alguém que mal conhecia. Na portaria, admito que arrastar os pés pelo carpete vermelho foi um ato de desespero, até porque, durante o trajeto do elevador, o mau cheiro era a prova cabal de que tudo havia sido em vão.
Já antecipava a “sem gracisse” de chegar espalhando pegadas de vocês sabem bem o quê, ou de me enfurnar na área de serviço do pequeno apartamento, rodeado de roupas íntimas penduradas no varal, um pé descalço outro vestido, esfregando no tanque a sola com uma escova de lavar roupas, a qual o bom senso decretaria que fosse jogada fora imediatamente após o uso.
Quando a porta se abriu, reluziram meus pés descalços, para surpresa do anfitrião: “Gente, como vocês conseguem ficar de sapatos com o calor que está fazendo lá fora? Parece que nasceram na Rússia!”, disse tendo as meias ainda nas mãos.
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Los Hermanos
domingo, 7 de março de 2010
A vida, o tempo e o tal samba em SP
Ando sumido. A vida aqui virou de cabeça pra baixo... E pra cima... e pro lado...
Mas pra não sumir demais... Ouçam
Mas pra não sumir demais... Ouçam
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
De fato, Big Echo
Tão bom descobrir novidade! Ainda mais coisa bonita!
Essa meninada... Fiquei surpreso. São quatro caras, com um trabalho lindo. Californianos, nova-iorquinos.
E tem mais; produzido pelo Chris Taylor (baixista do Grizzly Bear). Me pegou!...
Os norte-americanos... Danados!
Baixe!
(É megaupload, normal. Só colocar a senha e baixar!)
Myspace
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The Morning Benders
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
12 Angry Men
Assisti antes do carnaval com minha namorada, e ontem com meu pai. Este filme é genial!
É a estréia do genial Sidney Lumet (Dog Day Afternoon, Equus, Serpico), tem produção e papel principal de Henry Fonda, aos 52 anos.
O roteiro de Reginald Rose é também genial, esboçando visões políticas bem interessantes. E o mais legal; o filme é profundamente teatral.
Bom... Eu poderia ficar falando horas sobre este filme, o que seria uma besteira. Assistam!!
No Vagalume Rosa tem link para baixar.
Agora estou curioso para ver o remake feito na década de 90 (o roteiro foi feito pelo Reginald Rose)
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domingo, 7 de fevereiro de 2010
2 vídeos para o verão
Este ano tá quente pacas! Mas o céu aqui do Rio está lindo, os dias estão maravilhosos.
É um verão maravilhoso.
Perfeições de verão:
Deep Blue Sea - Grizzly Bear
Shine Yellow - Mallu Magalhães
É um verão maravilhoso.
Perfeições de verão:
Deep Blue Sea - Grizzly Bear
Shine Yellow - Mallu Magalhães
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Verão
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Errata
Fio Encapado
Canção nova do Makely que me deu maior vontade de cantar!!
incorporado num caboclo belzebu
o dito-cujo captou o meu recado
fio pelado e buraco de tatu
só bota a mão quem tem o cubo avariado
quem tá sentado numa sorte de urubu
tem de benzer pra ver se quebra o mal-olhado
fumar cachimbo de haxixe pra exu
e ver se vishnu nos deixa imunizados
riu de rivotril
foi de frontal até apraz
com olcadil
caiu de pé até que
tem que entender que tem que dar
pra receber
tem que caber pra backupar
no hd
inconformado com a derrota pro bangú
saiu de campo com o orgulho rebaixado
uma bagana da tijuca pro caju
entrou em cana e viu o sol nascer quadrado
diz o ditado que o apressado como cru
e quem não come como é classificado?
quando não sobra nem a raspa do angu
morrer de fome inda não foi interditado
riu de rivotril
foi de frontal até apraz
com olcadil
caiu de pé até que
tem que entender que tem que dar
pra receber
tem que caber pra backupar
no hd
indignado com o acréscimo dos juros
tiros deu
embebedado e caindo de maduro
o muro doeu
desencapado fio é fel de baiacu
toma tento, tem cuidado
que o perigo mora o lado
dentro
eu
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Makely Ka
Where the Wild Things Are
Outro filme que assisti ontem foi o Onde vivem os monstros. Dirigido por Spike Jonze, é uma adaptação do livro infantil de mesmo nome escrito por Maurice Sendak. O filme mistura live-action e animação CGI.
Não muito o que dizer. Somente que o filme é extremamente doce, humano. Muito profundo no que diz respeito a saber o que é ser criança.
Baixem!
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Deu na Rolling Stone
"A gravação do álbum levou três anos", disse O'Brien. "O que é um longo tempo para o padrão de qualquer um. Isso quase nos matou. Se a banda ia continuar ou não era uma questão."
Leia mais.
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Black Dynamite
Ontem assisti ao filme Black Dynamite, escrito e estrelado por Michael Jai White com trilha sonora do multi-instrumentista Adrian Younge lançada pela Wax Poetics Records.
O filme é genial. Ambientado nos guetos norte-americanos da década de 1970, é totalmente inspirado na estética do blaxpoitation; nigga-style, cabelos black-power, linguajar boca-suja...
O filme tem direção de Scott Sanders, produção da desconhecida ARS Nova e estreou nos EUA em 16 de outubro do ano passado (sem previsão de lançamento aqui, portanto baixe).
O roteiro simples da o tom nonsense do filme; Black Dynamite busca vingança contra o traficante que matou o seu irmão e enche as ruas de drogas adulteradas.
Site do filme
Baixe a trilha.
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Mais Tecnobrega
Codiretor do documentário “Brega S/A”, sobre a exuberante indústria informal ao redor do tecnobrega, o jornalista belenense (de Jurunas) Vladimir Cunha contextualiza o caldo de cultura que fermentou o estilo. “Belém é um lugar de passagem e um ponto onde várias culturas se encontram. É entrada da Amazônia e saída para o sul do país e para a Europa, para quem está no norte do Brasil. Uma cidade portuária onde o tráfego de informações sempre foi muito intenso, onde desde os anos 50 se contrabandeavam discos de rock dos Estados Unidos e discos de cumbia, soca e merengue do Caribe e das Guianas. Foi o que possibilitou, por exemplo, a criação da guitarrada e da lambada”, diz.
“Antes de criar a Banda Calypso, Chimbinha tocava em bares de Creedence Clearwater Revival a Pink Floyd e de Odair José a disco music. Como o sujeito cresce ouvindo todo tipo de música, aprende na hora a tocar, criar e combinar esses diversos estilos”, continua. “Essa confusão sensorial e de inputs de informação sempre existiu aqui em Belém e se intensificou ainda mais com a pirataria e o acesso à internet.”
Leia mais aqui ó
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Pedro Alexandre Sanches,
Tecnobrega
Tecnologia?
Um pouco na onda do Avatar...
Vídeos daqui ó.
Nos últimos tempos, ouço as pessoas dizendo que vale a pena assistir ao Avatar por conta dos efeitos especiais. Ok! Crenças a parte, é de fato esquisito isso de ver um filme porque ele tem efeitos especiais. Meio... Esse papo seu tá qualquer coisa. E o meu também.
Vídeos daqui ó.
Nos últimos tempos, ouço as pessoas dizendo que vale a pena assistir ao Avatar por conta dos efeitos especiais. Ok! Crenças a parte, é de fato esquisito isso de ver um filme porque ele tem efeitos especiais. Meio... Esse papo seu tá qualquer coisa. E o meu também.
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
To doido pra ver!
O baião vem debaixo do barro do chão, já dizia Gilberto Gil numa de suas belas canções, inspirada certamente em seu mestre Luiz Gonzaga (1912-1989). O baião teve um rei famoso (o pernambucano Gonzaga) e um "doutor", o compositor e poeta cearense Humberto Teixeira (1915-1979), que permaneceu à sombra do parceiro de tantos clássicos como Asa Branca e Assum Preto (veja destaque ao lado). Mas o intelectual Teixeira - um dos pioneiros na defesa do direito autoral no Brasil - nunca reivindicou para si a invenção de um dos gêneros mais populares do Brasil junto com o samba. Ele apenas embrulhou para presente, ou seja, o urbanizou, e ajudou a propagá-lo, a partir do Sudeste brasileiro, em nível internacional. O documentário O Homem Que Engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira, que estreia amanhã em circuito nacional, contribui para jogar luz sobre a identidade desse "homem invisível", mas principalmente traça a rota do baião.
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Humberto Teixeira,
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O Homem que engarrafava Nuvens
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Boa nova de Minas
Esse ano o percussionista-multi-instrumentista Antonio Loureiro lança seu primeiro disco solo.
O disco tá bem bonito e foi feito com a nata da nova MPB (ou MPB contemporânea).
Vale bastante a pena ouvir.
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Antonio Loureiro
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